sexta-feira, março 09, 2007

Pesquisadores em alta

Buscar com diligência informações sobre determinado assunto, pesquisar arquivos e documentos para chegar ao conhecimento da verdade, esse é o tipo mais comum do pesquisador. No entanto, com o passar do tempo surge um novo grupo de pesquisadores que pensam na melhor estratégia para coleta de dados, são estes os pesquisadores em alta.
Dia de prova, concurso público, simulado e vestibular, momentos como esses causam adrenalina. É o grande dia para testar os conhecimentos e buscar atingir uma boa colocação. Caneta e lápis na mão. O silêncio jaz nos primeiros minutos dentro da sala. Entregue as provas, os professores ou fiscais prosseguem atentos olhando para cada estudante que se encontra na sala.
O silêncio é quebrado com a fala de um dos professores: “Rapazinho, perdeu alguma coisa na prova da pessoa ao lado?”. Quem nunca foi surpreendido no momento auge da cola? Esse mundo dos pesquisadores é amplo, mas não o bastante para não entendermos. Quem nunca presenciou um pesquisador chiclete ao seu lado? Esse é aquele cara que não sabe disfarçar, os olhos fixam-se na questão que o colega já respondeu. Por mais que ele demonstre que não está gostando, o chiclete não liga, permanece com o olhar fixado.
Tirar zero? Jamais. O pesquisador abre o livro e imediatamente começa a folhear as páginas, os olhos não param de procurar. Ao passo que encontra todas as respostas vai copiando apressadamente na prova. Ainda que seja visto em flagrante, ele está preocupado unicamente em responder. Consultar o colega? Ele nem precisa disto. Por ser orgulhoso pensa: “Para que consultar alguém, se eu tenho um livro para me fornecer tudo correto e que se propõe a ajudar? São poucos que conseguem ser pesquisador orgulhoso, pois neste caso, é questão de agilidade.
O dinamismo dos pesquisadores em alta não para por aqui. De repente aquele cara chato e ainda por cima burro, senta-se na fileira ao lado de um aluno, não estudou nada e ainda tira toda a sua concentração. Com o seu dedo indicador começa a cutucar e pedir a primeira questão. Bondosamente e desejando ficar em paz para continuar a prova, o “camarada” passa a resposta. Assim que ele acaba de copiar esta, cutuca de novo e pede a segunda e assim sucessivamente. O chamado pesquisador “cutuquento” mal deixa você responder a prova. Ainda que amasse a camiseta deste, ou deixe suas costas toda avermelhada, a sua sede para coletar dados é a única coisa que o interessa.
Há aquele em que exala um ar de desespero. Sussurra aos seus ouvidos: “Ei, ei... fez a primeira questão?” Depois que o indivíduo escreve em um recorte de papel, passa para ele sem que o professor perceba. Enquanto ele copia, passa-se todo o primeiro horário, o segundo e ele ainda está escrevendo a metade da primeira questão. Infelizmente, esta foi a única que ele conseguiu responder. Logo após o término da questão, a professora recolhe as provas. Esse tipo de pesquisador é o chamado pesquisador-lesma: não estuda, recebe cola, mas sem muita experiência treme as mãos mais do que copia.
Outro pesquisador em alta é o que digita o resumo do assunto da prova, e paga para imprimir e tirar xerox de forma reduzida. Diz em seus pensamentos: “Agora é só relaxar! Não utilizei o esforço do meu cérebro, muito menos meu precioso tempo estudando. Basta ler o resumo reduzido e transferir para a prova!”. É assim que o pesquisador informatizado se comporta.
Diante de tantos tipos de pesquisadores já citados, vamos falar do último: consulta local. Este é o mais esperto, não precisa gastar dinheiro com xerox de forma reduzida, não amassa a ponta do dedo indicador, não consulta livros evitando a possibilidade de ser visto pelos demais colegas ou pelo professor, não fica olhando para a prova alheia e tão pouco passa dois horários para copiar a resposta de uma questão. Esse pesquisador utiliza apenas caneta e espaços entre o seu corpo. Um verdadeiro contorcionista, pois só sendo isso para conseguir olhar todos os locais do corpo em que estiverem as respostas.
Não pensem vocês que essas pessoas que tem esse tipo de comportamento são preguiçosos, cara-de-pau, ou “colões”, são todos pesuisadores em alta. Utilizam os mais incríveis métodos para conseguir fazer a sua necessitada consulta. Afinal, quem não pesquisa não sai da escola, dos concursos, da faculdade, da pós-graduação, doutorado, entre outros.

terça-feira, novembro 14, 2006

Começando...

Iniciarei brevemente minhas publicações.